28 de novembro de 2010

O Modernismo e a ruptura de linguagens

O Modernismo surge da ruptura com o período Renascentista. Tendo como base uma montanha russa, percebe-se que o período renascentista se assemelha a subida do carrinho, pois nesse período acredita-se que no “nascimento do homem“ onde este considera que o mundo está aos seus pés. Logo após a subida, bem a descida do carrinho pelo brinquedo. E com isso, remete a idéia do modernismo, pois nesse período, devido à industrialização tudo está mais acelerado, em constante mudança. Após da decida vem o looping, e esse circulo sugere a idéia o mundo globalizado. Durante o looping, percebe-se que o controle da situação não está nas nossas mãos, tudo está fora do controle e, com esse descontrole, o consumismo ganha destaque, pois o ser humano consome o máximo de “coisas” que puder. Ou seja, se comparado com um círculo, o modernismo significa mudança do estilo de arte anterior para algo totalmente inovador, ou seja, uma mudança de 180° do período renascentista.

No período do Modernismo (século XVIII e XIX), 80% da população mora no campo e produziam produtos manufaturados , artesanais. Essa realidade foi se alterando devido a industrialização e urbanização em algumas cidades brasileiras tal como São Paulo e Rio de Janeiro.

Durante essa transição do homem do campo para o homem urbano, percebe-se que há diferenças no modo de cada pessoa viver a sua vida possibilitando a “revolução” da arte renascentista para a modernista. Por exemplo:

1. O homem do campo possuía uma visão horizontal, pois com isso, permitia com tivesse a noção do espaço das suas terras, pois ele caminhava em suas terras e, com nisso, fazia essa medição da sua terra através da contagem dos seus passos. Esse mesmo camponês tinha a noção do tempo, pois este acordava com a luz do dia e dormia assim que escurecia. Ele observava o campo, de modo horizontal, ao seu redor e seguia o seu ritmo biológico.C Com relação ao homem urbano, ele não tem noção de tempo, pois devido a energia elétrica, a luz está sempre funcionando. O homem urbano já não tem noção de espaço através da visão horizontal e sim vertical, pois este está inserido na cidade e as construções de casas se constroem umas sobre as outras, ou seja, as casas são verticais, pois, na verdade são os prédios.

2. Cada camponês possuía o seu instrumento do trabalho. Já o homem urbano aparece como sendo os donos dos trabalhos, ou seja, aparece o capitalistas e os operários e os homens com menor poder aquisitivo se torna um trabalhador, um assalariado. Com isso, foi transparecendo a idéia do mundo, tornando as pessoas mais criticas.

3. O camponês não era especializado e fazia de tudo. O homem urbano começa a trabalhar em fabricas. E cada pessoa fica responsável por uma função e se especializa nela. A partir dessa especialização as pessoas se tornam alienadas, pois assim, não fazem e sabem de tudo como o camponês.

4. Nesse período aparecem os maquinários industriais. Aparece a fotografia, o cinema. As mulheres começam a trabalhar fora, assistir aos filmes nos cinemas, cortam o cabelo “Chanel” e vai dando destaque ao movimento feminista. Além disso, percebe-se que as músicas seguem o ritmo das maquinas e esse novo som acaba se tornando arte.

Durante o modernismo, na esfera da estética, temos o expressionismo e o impressionismo. As pinturas no estilo expressionista, pode ser considerada como sendo uma fotografia do semblante das pessoas, das expressões, pois através dessa fotografia transparece em momentos rotineiros, de supetão, dando a idéia de serem verdadeiras. Nesse estilo, um pintor bem conhecido é o Van Gogh, pois ele em suas obras, retrata essa “verdade” em momentos rotineiros como observar a natureza, observar o seu quarto etc. Com relação ao impressionismo, o artista coloca a sua própria visão sobre a natureza. Esse estilo é mais equilibrado, tendo cores mais claras, e pinceladas diferentes.

A primeira transmissão do radio no Brasil aconteceu em 1922. Esse ano é conhecido, pois foi realizado a Semana da Arte Moderna, reunindo assim, alguns artistas que promoviam uma arte típica da cultura brasileira. Além disso, nesse ano foi fundado a primeira escola de samba.

Nesse ano, São Paulo contava com, em 1860, 800 mil. Em 1922 esse numero subiu para 1 milhão e 200 mil moradores devido a imigração de estrangeiros que estavam a procura da “terra perfeita”, e de fazer fortuna nessa”terra perfeita”, ou seja, ouve uma explosão de imigrantes em São Paulo. E, desses imigrantes, aproximadamente 60% não falava português.

Nesse período o rádio parece para integrar toda essa população, que possuía culturas diferentes tentando fazer com que essas pessoas se relacionassem e conhecessem uns aos outros. Com isso, nasce o primeiro veiculo de comunicação de massa no Brasil: o rádio. Assim como o rádio era um veiculo de massa, começa a aparecer os primeiros artistas e entre eles se encontra a Carmen Miranda. Devido a constante veiculação de noticias, a arte moderna vai ganhando destaque até “explodir” de vez. Mário de Andrade ressalta que, quando fala sobre a arte moderna, “Nós sabíamos o que não queríamos, mas nós não sabíamos o que queríamos”. Ou seja, o escritor afirma, ao negar, que não quer nada como já foi. O autor, bem como outros artistas, querem romper com a arte que existia anteriormente e queriam ir além, eles queriam criar a sua própria arte baseando-se nos princípios nacionalistas e explorando tudo o que o Brasil tinha de bom. Os modernistas eram anti neoclássicos, pois no período neoclássico, o que era bonito era falar bonito, a literatura era cifrada e elitizada e eles detestavam esse linguajar erudito. A partir de então houve a ruptura com o período neoclássico, ou seja, essa ruptura ocorreu na literatura, na música e na pintura, (na arte em geral). Após essa ruptura, os artistas não utilizavam mais as palavras eruditas, mas sim uma linguagem mais simplista, retratando o cotidiano, assim “detonando” a elite. Nesse período, Heitor Villa Lobos, transforma a música empolada e erudita do período neoclássico em algo diferente. Utiliza o som da musica no estilo do som das maquinas que estavam no som da rua. Um exemplo dessa façanha é a música ”Trenzinho caipira”.

No campo da pintura neoclássica, a predominância de pinturas era a natureza morta. No modernismo, os artistas dão lugar à pintura de mulatas (com Di Cavalcanti). Nessa época, Di Cavalcanti pintou uma mulher mulata nua e alguns negrinhos indo de encontro ao sexo dela utilizando-se de cores quentes, vivas, fortes (amarelo, vermelho etc.)

Os modernistas questionavam-se sobre o que era o Brasil e quais eram as raízes brasileiras. Com isso chegaram a conclusão de que o Brasil não era puro, devido as marcas, os comércios estrangeiros presentes aqui. O Brasil conhecido era o com o “z” (BRAZIL), pois os brasileiros, até então, pensavam como se fossem estrangeiros. A partir desse momento é que os brasileiros passaram a ver o Brasil com “s” e apreciando as diversidades culturais presentes aqui. Como exemplo, pode ser citado a questão da preferência por uma mulher loira (típica na região européia), sendo que aqui no Brasil, o símbolo feminino são as mulatas, por isso ele pintou a mulata, pois estava representava as mulheres brasileiras.

Como houve o rompimento com o erudismo, pela primeira vez na história da arte brasileira, a linguagem é simples e a mensagem é da rua. Os artistas que se destacam na Semana de 1922 foram: Mário de Andrade e Oswald de Andrade (na literatura), Di Cavalcanti e Portinari (na Pintura), Vitor Brechere (na Escultura) e Mario Peixoto (no Cinema), porém, o teatro esteve ausente no movimento modernista.

Em sumo, percebe-se que essa ruptura com a linguagem neoclássica influenciou o brasileiro tornando-o mais familiarizado com a sua própria origem e reconhecendo e apreciando o amor a sua pátria, ao nacionalismo e comemorando, através da arte, o amor ao local aonde vive, pois na arte modernista, já não se pintavam mais os santos da igreja católica, mas sim fatos do cotidiano dos brasileiros, normais, incorporando pessoas negras e faveladas, ou seja, pessoas, fatos e situações comuns ao Brasil.

Nome: Joyce C. L. Gomes RGM: 61096 Data: 26/11/2010 - Prof. Mário Sérgio - 4° Semestre A - Arte e Estética - Comunicação Social - Publicidade e Propaganda

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