18 de janeiro de 2010

Síntese: O texto e a construção dos sentidos

O que é um texto.

O objeto principal da Lingüística Textual varia de acordo com o autor/obra (diferentes formas).
a. Unidade lingüística;
b. Combinação de frases;
c. Pronominalizações ininterruptas;
d. Isotopia;
e. Proposições semânticas.

Orientações pragmáticas:
a. Teoria acionais;
b. Vertentes cognitivistas;
c. Teoria da atividade verbal.
 
Parcialidade da comunicação e interação social:
a. Atividade verbal;
b. Atividade intencional; e
c. Atividade interacional.

Organização da informação textual:
- Informação semântica distribui-se em dois blocos: dado e novo.
- Informação dada estabelece ancoragem à informação nova.
- Com ancoragem na informação dada, realiza-se a progressão textual e insere-se a informação nova, estabelece, assim, relações de sentido:
a. Segmentos textuais de extensões variados;
b. Segmentos textuais e conhecimentos prévios;
c. Segmentos textuais e conhecimentos e/ou práticas socioculturalmente partilhados.

Relações entre segmentos textuais:
1. Interior do enunciado (tema - informação dada e rema - informação nova).
2. Orações de um período e períodos no interior de um parágrafo.
3. Parágrafo – seqüências ou partes inteiras do texto.

Qual é, afinal, a propriedade definidora de um texto?
- O sentido não está no texto e sim se constrói a partir dele.
- Pela situação conjunta de uma complexa rede de fatores da ordem situacional e cognitiva, sociocultural e interacional para construir um sentido.
- Construir um sentido adequado ao contexto e que seja coerente aos interactantes.

Atividades e estratégias de processamento textual.
- Texto é conjunto de pistas representadas por elementos lingüísticos de diversas ordens.
- O processamento textual deve ser visto como uma atividade de caráter lingüístico e sociocognitivo.

Sistema de conhecimento acessados por ocasião do processamento textual.
- Conhecimento lingüístico – conhecimento gramatical e lexical.
- Conhecimento enciclopédico – se encontra armazenado na memória de cada pessoa (conhecimento do tipo declarativo – proposições a respeito dos fatos do mundo; tipo episódico – cognitivo, socioculturalmente determinados e adquiridos através de experiências).
- Conhecimento sócio – interacional – conhecimento sobre as ações verbais.
Dentro deste último, engloba outros tipos de conhecimento:
- Conhecimento ilocucional – permite reconhecer os objetivos de um falante, num certo momento de interação.
- Conhecimento comunicacional – diz respeito as normas comunicativas gerais (modelos cognitivos contextuais).
- Conhecimento metacomunicativo – permite ao produtor do texto evitar perturbações previsíveis na comunicação ou sanar conflitos inserindo, assim, apoios textuais.

Estratégias de processamento textual.

Estratégias cognitivas.
- Os usuários das Línguas realizam simultaneamente em vários níveis passo interpretativo, efetivos, eficientes, flexíveis, tentativos e rápidos; fazendo cortes no material que chega, podendo utilizar a informação incompleta para chegar à uma hipótese.

Estratégias sócio – interacionais.
- Estratégias socioculturalmente determinadas que visam estabelecer, manter e levar a bom termo uma interação verbal.
- Estratégias de preservações de faces apresenta-se nos atos, preparatórios, eufemismo, rodeios, mudanças de tópicos e dos marcadores de atenuação em geral.

Estratégias textuais ou textualizadoras.
1. Estratégias de organização de informação - dizem respeito a distribuição do material lingüístico na superfície textual.
- dado/novo.
- Estratégias de articulação tema – rema.
2. Estratégias de formulação – têm funções de ordem cognitiva - interacional.
- Estratégia de Inserção.
- Estratégia de reformulação.
3. Estratégias de referenciação – a reativação de referentes no texto é realizada através de estratégias de referenciação anafórica, formando-se cadeias coesivas.
4. Estratégias de “balanceamento” do explícito/implícito - relações entre informação textualmente expressa e conhecimentos prévios, pressupostos, partilhados podem ser estabelecidas por meio de estratégias de “sinalização” textual, por meio das quais o locutor deve recorrer ao contexto sociocognitivo.


REFERÊNCIA:
 
KOCH, Ingedore. G. Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.

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