19 de janeiro de 2010

Resenha: Os diferentes tipos de gêneros textuais e seu ensino dentro da escola.

Segundo Koch (2002) e Brandão (2002) avaliam Bakhtin que defende a distinção dos gêneros textuais primários que são constituídos por aqueles gêneros da vida cotidiana como: o diálogo, a carta, situações de interação face à face. E os gêneros secundários que aparecem em circunstâncias de uma troca cultural. Já nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNLP – 1998) apresenta três modalidades dos gêneros. O primeiro é o Literário - seria o gênero que aparece no cotidiano através de canções ou contos. O segundo, da Imprensa - com um recurso razoavelmente elaborado como: o debate, carta do leitor, etc. E por último, Divulgação Cientifica - seria uma elaboração mais sofisticada dos gêneros discursivos como: seminários, relatórios de experiências, etc.

Visualizando as características dos gêneros Koch (2002) e os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNLP-1998) expõem:
- O conteúdo temático: o que é ou pode tornar-se divisível por meio do gênero;
- A construção composicional: estrutura particular dos textos pertencentes ao gênero;
- Estilo: configuração específica das unidades de linguagem derivadas da posição enunciativa do locutor de forma compatível.

A diferença entre os autores acima citados e Brandão (2000), é que este autor não específica as características do gênero, e sim, expõe o gênero através de sua forma tipológica.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998) enfatiza, de forma mais abrangente, a importância do gênero na oralidade dos indivíduos tanto quanto na escrita visando esclarecer que a enunciação prévia de textos orais significa ensinar procedimentos que possam ancorar a fala do locutor, orientando-o na situação de comunicação e especificidade do gênero. Esta estratégia de comunicação permite o confronto de opiniões a troco de informação, a negociação de sentidos e a avaliação dos processos pedagógicos que estão envolvidos. Enquanto Brandão (2000) e Koch (2002) dão maior ênfase às tipologias textuais, não especificando claramente a oralidade.

O aprendizado dos gêneros textuais na escola, segundo Brandão (2000), Koch (2002) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), deve se dar através da interação professor/aluno com textos aplicados em sala de aula para que possa ser discutido e esclarecido aquilo em que o aluno encontra dúvidas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998) coloca cinco modelos didáticos para formar um leitor:
- Leitura anônima;
- Leitura colaborativa;
- Leitura programada;
- Leitura de escolha pessoal.

São modelos interessantes de se chamar a atenção do aluno à leitura, e esclarecer suas dúvidas. Através destas opções o aluno tem a liberdade de escolher também aquilo que quer ler e discutir.

Para Koch (2000) a introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que possui dois objetivos:
- Levar o aluno a dominar o gênero em suas diferentes formas: conhecer, aprender, compreender e produzir dentro e fora da escola;
- Colocar os alunos o mais próximo possível de situações de comunicação verdadeiras.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998) sugere à escola que assuma a responsabilidade de fazer a intermediação do leitor de textos facilitados para um leitor de textos originais e integrais, e que todos os professores e não somente o professor de Língua Portuguesa incentive a leitura. Brandão (2002) coloca três tipos de gêneros que devem ser trabalhados na escola: o dissertativo, o narrativo e o discursivo. Não que esses devam ser necessariamente trabalhados, mas contribuir para mostrar ao professor que o aluno, na sua prática escolar deve ser exposto à pluralidade dos discursos que circulam no seu cotidiano, os que fazem parte de sua cultura.

Dentre Brandão (2002), Koch (2000) e os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998), este último foi considerado o mais viável para melhor instruir o ensino dos gêneros textuais, pois, ele é mais claro quanto às suas orientações tanto à escola quanto ao professor, portanto, é o melhor a ser utilizado na prática de se formar um bom leitor e conhecedor dos tipos e gêneros textuais.

REFERÊNCIAS
 
BRANDÃO, H.N. (coord.). Gêneros do discurso na escola. São Paulo: Cortez, 2000.


KOCH, Ingedore. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

Joyce Cristina Leme Gomes RGM: 163.388
Geisa Nery de Souza RGM: 163.381
Prof. Dr. José Miguel de Mattos - Letras 2ºON Data: 12-11-02 - UBC

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