30 de maio de 2009

Síntese do Texto "MOEDA E CRÉDITO".

1. O QUE É DINHEIRO?

v Para responder a essa pergunta percorremos as etapas históricas pelas quais passou o dinheiro até chegar à realidade monetária atual. Obviamente, o dinheiro é aquilo que todos usamos para fazer compras.
v Para comprarmos com o dinheiro, temos de ganhá-lo antes, fazendo compras: vendemos uma parte de nós, nosso trabalho, e ganhamos dinheiro sob forma de salário, e com isso compramos outras coisas. Então essa idéia, é a de que moeda é um meio de troca.
v Existem economias de mercado que faz a troca direta, ou seja, a economia de escambo (mercadoria por mercadoria).
v A origem da moeda em grande parte se explica pela dificuldade em generalizar as trocas sem dinheiro. Para que haja a troca direta, é preciso um encontro de necessidades coincidentes, o que não é fácil de ocorrer. Quando isso não ocorre, o vendedor recebe o pagamento com a mercadoria equivalente. A especialização de uma mercadoria para servir de meio de troca facilita a generalização das trocas em qualquer economia do mercado.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRIA DA MOEDA.

v No momento em que existem muitas mercadorias e pessoas sem a existência de um equivalente geral a troca fica praticamente impossível. Com isso foi criado à moeda mercadoria, isto é, uma mercadoria com funções de dinheiro, com funções de troca.
v Multiplicaram-se os mercados, cada um com seu dinheiro especifico. Já funcionou como moeda: O gado, o sal etc. Na medida em que as diferentes economias de mercado foram se comunicando, estabeleceram-se trocas entre si: se num mercado, a mercadoria-moeda era o gado e na outra era o sol, tinha o problema de câmbio. Para haver intercâmbio, era necessário fazer a conversão e nem sempre à moeda de um mercado era aceita no outro.
v A moeda-mercadoria mais interessante é a que seja pouco perecível. Além disso, é interessante que ela possa ser dividida homogeneamente. E de fácil transporte.
v Dadas as condições que tornam, formou-se uma espécie de consenso geral ao longo da história que a moeda-mercadoria deveria ser de metal precioso: ouro, prata e cobre (isso ainda prevalece atualmente).

3. O CRÉDITO.

v Passa-se a usar moeda para fazer pagamentos e com isso pode-se separar no tempo a transação comercial e a sua liquidação.
v Surgimento do crédito: O crédito é a crença que o credor tem no devedor, de que ele vai pagar. O credor exigi garantias.
v O crédito é implementado através de um instrumento que é um papel em que o devedor declara a sua dívida e assina embaixo. (É conhecido como letra de câmbio ou nota promissória). E assim vai repassando de um credor ao outro. O instrumento de crédito circula através do endosso quando é nominal, ou quando é feito ao portador, pela simples transferência do papel.
v Com o surgimento da moeda feita com metal precioso, surge também o perigo de a moeda ser perdida ou roubada. O crédito permite que se substitua a moeda-mercadoria por instrumentos de crédito. (resgate de letra de câmbio)
v O papel passa circular no lugar do ouro dando lugar a representação, ou seja, a moeda-símbolo.

4. A MOEDA E O ESTADO.

v As moedas de metal precioso tendiam a ser falsificadas. Era comum retirar o “miolo” da moeda e preencher com chumbo, que acabava sendo descoberto quando o ouro se desgastava. Desde então, as moedas passaram ter o formato de rodelinha que tem hoje. Como a moeda ainda podia ser falsificada, o governo passou a cunhar as moedas com os dentadinhos no contorno. Mordiam-se a moeda para verificar se eram originais.
v Criaram a fundição real para dar mais credibilidade a moeda ostentando num lado o selo real, e no outro a efígie do soberano. Quando a cunhagem se torna obrigatória, a emissão da moeda passa a ser um monopólio do Estado.
v Quando o devedor deixa de pagar, o credor correr aos tribunais, que se encarregam de cobrar a dívida. O Estado impõe o cumprimento das obrigações assumidas em contratos privados. Também tem o direito de especificar em que moeda as dívidas devem ser pagas, conferindo a certas moedas o curso forçado, ou seja, conversão da dívida para a moeda corrente do local do devedor e o credor terá que aceitar esse pagamento. Isso garante ao Estado o monopólio da emissão de moeda, isto é, ele constitui a única entidade que pode criar a moeda

5. O BANCO.

v Os ourives são artesões que trabalham com metais preciosos e eles mantinham a segurança do local de trabalho utilizando-se de cofres e guardas para que não fossem roubados. Com isso, muitas pessoas buscavam os ourives para guardarem as suas mercadorias-moedas pagando-lhes uma taxa. Os ourives forneciam aos depositantes tantos papéis quanto fossem as moedas que estavam armazenadas com eles. E estes utilizavam os seus papéis para fazer compras. Esse negócio cresceu e os ourives passaram a guardar todo o dinheiro da cidade. Quando estes perceberam o ouro permanecia lá, passaram a emitir mais notas do que ouro e emprestavam dinheiro a juros. O ouro só era retirado em casos de urgência, como viagem a outro local, por exemplo. As notas eram entregues tanto a depositantes como a devedores e só voltavam aos ourives como pagamento de juros e amortizações de dívidas. Na medida em que o negócio crescia, os ourives tornaram-se banqueiros.
v Quando os bancos liberam mais notas do que o ouro que existe guardado com eles e os depositantes percebem isso, estes correm ao banco procurando receber o seu dinheiro, e se todos forem ao mesmo tempo, pode ocasionar a quebra do banco.
v O banco recebe dinheiro a vista e empresta a prazo. O juro que o banco cobra é muito maior do que ele paga. Da diferença de juros ele paga os seus funcionários, guardas, o aluguel do local e ainda obtém lucro.

6. O BANCO E O ESTADO.

v O Banco Central foi o banco criado pelo Estado como forma de obrigar aos demais bancos a colocarem parte dos seus depósitos (encaixes) lá.
v O encaixe costumava-se em moeda-mercadoria (metais preciosos), porém o Estado foi apropriando-se deles e substituindo-os por notas emitidas por ele mesmo ou por algum banco autorizado.
v Há dois tipos de moedas: moeda legal (moeda (nota) que circula) e moeda escritural (moeda (movimentação de cheque) depositada no banco).

7. A “CRIAÇÃO” DE MOEDA.

v A moeda legal se transforma em moeda escritural. O lucro do banco está nos juros que ele vai obter sobre o dinheiro emprestado. O empréstimo é dado mediante a abertura de crédito. Assim se cria uma série de depósitos a partir do primeiro (decrescente), porque em cada passo “x” dos novos depósitos vai para o Banco Central. A partir desses encaixes, tem a médica do dinheiro que dera circular na região.

8. O VALOR DA MOEDA.

v Equação Quantitativa do valor da moeda: M = Q x P/V
v P = Preços, Q = Quantidade de Mercadorias compradas e vendidas num país durante um período. Q X P é o valor de todas as transações que se fazem num país. P = Preço Unitário de cada objeto e Q = a quantidade desses produtos transacionados. V = Velocidade média de circulação. M = Quantidade de Moeda que havia durante esse ano para realizar as transações.
v “O que determina o quê?” (economistas da Escola Monetarista) escrevem a equação da seguinte maneira: M x V = P (nível de preços é resultante da quantidade de moeda. Q

9. O CONTROLE DA OFERTA DE MOEDA.

v M é controlado pelo Ministério da Fazendo e pelo Banco Central, pois estes dizem quanto de moeda legal vai circular e quanto de depósitos bancários poderão ser criados pelos bancos, através da fixação do encaixe,
v Open Market (Mercado Aberto): É uma forma de o governo tomar empréstimos através da ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) ou LTN (Letras do Tesouro Nacional) (Títulos da dívida interna)

10. A MOEDA E OS PREÇOS.

v A economia capitalista não pode ser planejada. É uma economia que funciona através das trocas, em que oferta e demanda se ajustam pro um processo de tentativa e erro. Então surgem discrepâncias, desequilíbrios que formam os pontos de estrangulamento. Movimentos especulativos.
v Falta de produto no mercado faz o valor deste aumentar. Os preços aumentam por pressões do lado real da economia e não monetário.
v Depois dos preços terem subido, os comerciantes (etc.) que precisam da moeda para transacionar mercadorias com preços aumentados então estes vão ao banco e retirar mais dinheiro. Quem vendeu o produto não pode esperar 90 dias para receber o valor do produto, então ele imite uma duplicata que o industrial assina (endossa). O banco comercial aceita essa duplicata como garantia, adianta o dinheiro através de um depósito em nome do vendedor.
v Borderô: Conjunto de duplicatas que todo mês é levado ao banco para descontar, terá um valor maior.

11. CONTROLE MONETÁRIO DA INFLAÇÃO.

v “Remédio monetário” da inflação resultou numa brutal recessão.
v Por que as autoridades monetárias agem como agem.
v Quando o governo necessita de dinheiro extra, este imprime dinheiro a mais, ou faz o Banco Central criar um crédito ilimitado e vai comprando o que pode (para a guerra, salários altos, por exemplo) e isso culmina a inflação.
v Conter a inflação não é solução porque ela ressurge o ideal seria viver com ela, entretanto pode chegar no ápice e ela ter á que ser combatida através da restrição ao crédito, e a economia entra em fase de baixo ciclo de conjuntura, ficando o tempo necessário para que a inflação caia. Nesse ponto, o consenso político muda, sobe outro ministro que desafoga o crédito e inicia um milagre econômico, que desemboca numa nova inflação.

12. A CORREÇÃO MONETÁRIA.

v Devido à inflação, criamos uma moda através da indexação (reajustamento monetário de vários preços). Entre eles está o valor nominal de títulos do governo, aluguéis, as dívidas para com a Previdência Social, o Banco Nacional da Habitação, o fisco e os salários, as tarifas dos serviços públicos etc. Os reajustes estão se unificando numa nova moeda chamada UPC (Unidade Padrão de Capital), que varia a cada 3 meses.
v ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) é um título adquirido por alguém que emprestou dinheiro para o governo, que deverá ser devolvido.
v Lei do Inquilinato permite que seja contratado um aluguel variável. Baseia-se na UPC
v “Expectativas Inflacionárias” decorrem dos contratos reais que implicam que o preço de cada produto tem de acompanhar os demais sob pena de as empresas ficarem insolventes.

13. MONETARISTAS E ESTRUTURALISTAS.

v Milton Friedman acredita que o Estado não tem que se envolver em absoluto na economia. Esta deve ser gerida pela sociedade civil (capitalistas). Para ele, o Estado tem apenas que regular o volume da moeda de modo que não cresça mais do que a sua própria produção.
v Galbraith diz que a moeda é como barbante, pois dá para puxar, mas não para empurrar. A controvérsia entre monetaristas e estruturalistas pode perdurar por muito tempo.

14. PERGUNTAS E RESPOSTAS.

v Quando se compra muito de um determinado local, valoriza-se a moeda deles, como acontece com o dólar, por exemplo, no Brasil. Quando acontece o inverso, subvaloriza a moeda, como no caso do real perante os americanos.
v A África do Sul é o maior produtor de ouros atualmente e utiliza essa moeda mercadoria para fazer pagamentos. É utilizada por países para fazer pagamentos a outros países também.
v O Ministro do Planejamento se fosse estruturar a economia tentaria tabelar preços, limitar e regular o aumento dos salários e, sobretudo abrir os pontos de estrangulamento a medida que se possa reconhecê-los.
v Sobre a fórmula M = P.Q/V, o Q é um reflexo do PIB e o V é uma média aritmética que não tem nenhum significado econômico.
v A pessoa que recebe um salário baixo, gira essa quantia recebida rapidamente. Aquele que recebe mais, gasta apenas uma fração do que recebeu e o restante torna disponível para aplicar especulativamente em ações, títulos etc.
v Os países “socialistas” podem ser chamados de países de economia centralmente planejada. Eles possuem a inflação reprimida.
v O sistema monetário nos países centralmente planejados é semelhante ao dos países capitalistas.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SINGER, Paul. Moeda e Crédito. In: Aprender economia. SP: Contexto, 2004.



Joyce C. L. Gomes – RGM 61096 – Up & Down - UMC - Mogi das Cruzes/SP

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